Depois de 14 anos do rompimento que teve com o PT, Marina Silva reata pazes com Lula e sela seu apoio politico ao petista. Na manhã de segunda-feira (12), Lula e sua ex-ministra do Meio Ambiente deram uma entrevista coletiva, na qual ela afirmou ter se reencontrado com o petista.
“Estamos vivendo um reencontro político e programático, porque, do ponto de vista das relações pessoais, tanto eu quanto o presidente Lula nunca deixamos de estar próximos e de nos conversar mesmo em momentos dolorosos das nossas vidas”, afirmou Marina.
Continuando com o discurso, Marina acrescentou que “nesse momento crucial da história, quem reúne as maiores e melhores condições para derrotar Bolsonaro e a semente maléfica bolsonarismo que está se implementando no seio da nossa sociedade, é a sua candidatura”.
Lula também fez um discurso amistoso:
“Há muito tempo havia a expectativa de Lula e Marina iriam conversar. Nós nunca deixamos de nos conversar: nós nos desencontramos e nos encontramos, nos encontramos não apenas para tratar da política ambiental mas para tratar desse País”, afirmou Lula.
Marina Silva entregou à Lula um programa com medidas para o combate às mudanças climáticas; Lula, contudo, não detalhou seus planos em matéria de Meio Ambiente, e apenas se limitou a dizer que sua política ambiental será “transversal” em seus ministérios e que seriam cortadas a zero questões sobre garimpo e desmatamento.
VÍTIMA DO JOÃO SANTANA, O MARQUETEIRO
A ex-ministra esqueceu o passado de ataques que recebeu do Partido dos Trabalhadores durante as campanhas eleitorais – principalmente a de 2014. No ano de 2014, Marina Silva era líder nas pesquisas de intenções de voto e seu plano para ser presidente acabou indo por água abaixo depois que o PT insinuou que, em seu eventual governo, o bolsa família teria fim.
Com essa aproximação, Marina exige que, em um eventual governo de Lula, seja criado a Autoridade Nacional de Mudança Climática, que estaria ligado ao Ministério do Meio Ambiente e responsável pelo alcance das metas de redução de emissão de Dióxido de Carbono (CO2). Também pediu uma reestruturação e blindagem de órgãos como o Ibama, ICMBio e Funai, que foram deixados de lado no governo Bolsonaro.
O reencontro entre Marina Silva e Lula se dá depois de 14 anos. Em meados de 2008, Marina deixou o governo Lula depois de conflitos com o Mangabeira Unger, responsável pelos Assuntos Estratégicos do governo, e Reinhold Stephanes, responsável pela agricultura. Lula havia entregue a Unger a coordenação do Plano Amazônico Sustentável e permitiu Stephanes brigar pela leniência da regra que restringia o crédito de quem desmatou sem licença ambiental.
O distanciamento entre Marina e o PT ficou ainda mais forte em 2014, ano de eleição em que Marina foi atacada de todas as forças melo marketing avassalador de João Santana.