A DEMOCRACIA MORRE NA ESCURIDÃO

Alexandre de Moraes: Machado de Assis explica

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Vagabundeando pela minha mente oca, por deslize decifrei o enigma mais controverso da atualidade: o senhor Min. Alexandre de Moraes. O companheiro Alexandre, desde 2020, com um dos seus inquéritos abertos de ofício, sem participação ativa do Ministério Público e cuja existência já se estende por meia década, algo nunca visto na história, tem tomado decisões bem questionáveis para ser educado. Explico.

Para os esquecidos – no Brasil há muitos-, o inquérito das chamadas “Fake News” e/ou “atos antidemocráticos”, com a pretensa intensão de defender a “democracia” dos “cidadãos antidemocráticos”, pôs atrás das grades centenas de milhares de brasileiros, cujo tramite prisional não respeitou os ditames mais elementares do processo penal. Foi uma prisão no atacado, com acusações genéricas – não individualizadas – e em condições absolutamente sub-humanas. Assim, Alexandre se alto incumbiu da tarefa heroica de “salvar a democracia”, em sua mente doentia e autoritária.

Essa história eu já vi. Mostrar-vos-ei.

É que hoje, à toa, enquanto tirava caca do nariz, sobreveio-me que esse enigma Machado de Assis havia explicado há séculos, motivo que me tornou levar a pena às mãos e me dedicar ao ofício de que estava desacostumado, desonrando os escritores dignos do título. Vejamos.

Escrito e publicado no século XIX, julgo o livro O Alienista, do nosso mestre Machado de Assis, ser a resposta do enigma dito alhures, mesmo que sua finalidade não tenha sido esta a época. Mas adaptemos, e você, caro leitor, há de me dar razão.

O personagem principal da obra em comento é o senhor Simão Bacamarte, médico respeitado que viajou pela Europa e Brasil. Criou um consultório na cidade brasileira de Itaguaí, e posteriormente, com a autorização do poder legislativo local, abriu um manicômio na cidade, que recebeu o nome de Casa Verde, para internar pessoas tidas como “doentes mentais”, com o intuito de estudá-las e, assim, fazer descobertas sobre a mente humana.

Acontece que a Casa Verde logo ficou lotada, pois os critérios do Dr. Bacamarte para considerar uma pessoa “louca” eram alterados esporadicamente. Bacamarte via loucura em tudo, tendo internado inclusive sua mulher, a Dona Evarista, simplesmente porque tinha tido uma noite mal dormida. Não demorou muito para a cidade ser tomada pelo medo e caos.

Diante dessa situação, os cidadãos organizaram um movimento de protesto capitaneado pelo barbeiro Porfírio, que tinha como apelido “Canjica”. O movimento ficou conhecido como “Revolta do Canjica”. Apesar disso, o Dr. Bacamarte ficou indiferente e continuou as internações, fortalecendo a Casa Verde dia após dia.

Quando 75% da cidade estava internada, Dr. Bacamarte decide voltar atrás e liberar todos os internos, descobrindo que sua teoria estava errada. Logo, Bacamarte recomeça a internar outras pessoas, agora seguindo outra teoria. O primeiro internado é Galvão, o vereador da cidade. Tempos depois, conclui que a sua teoria estava errada novamente, por isso, libera todos os pacientes internados na Casa Verde e conclui que o louco era ele. Dessa forma, Dr. Bacamarte resolve se trancar na Casa Verde, onde morreu dezessete meses depois com o autodiagnóstico de loucura.

Saindo da literatura, Alexandre de Moraes, uma espécie de Dr. Bacamarte tupiniquim, com seus devaneios utilizados para fundamentar decisões estapafúrdias, tal qual no clássico machadiano, ainda não se deu conta de que o louco/antidemocrático é ele. Cabe alguém alertá-lo, pois até ele descobrir por si próprio o mal de que padece o dano terá sido grande inclusive aos políticos. O vereador Galvão que o diga.

Indicado por: Leone Oliveira

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