Depois de ter passado os últimos quatro anos apoiando o presidente Jair Bolsonaro, o dono da igreja Universal adotou um tom mais ameno e começou a acenar para Lula.
Macedo havia pedido votos para Bolsonaro em 2018, ano no qual 70% dos evangélicos votou no candidato de direita. Neste ano, Macedo também havia pedido votos para uma reeleição do presidente, contudo, o mesmo acabou sendo derrotado pelo candidato de esquerda, luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vai para seu terceiro mandato.
Em um vídeo que o Bispo postou, o mesmo diz que “Não podemos ficar com mágoa, porque é isso que o diabo quer. O diabo quer acabar com a sua fé, acabar com seu relacionamento com Deus, por causa de Lula e dos políticos.” E continua: “Nós oramos. Eu orei: ó deus, eu quero que o Bolsonaro ganhe, mas seja feita a tua vontade… Se você não perdoar, você não será perdoado, e a sua fé não vai valer de nada”.
Em um tuíte, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, rebateu Edir Macedo: “Dispensamos o perdão de Edir Macedo. Ele é quem precisa pedir perdão a Deus pelas mentiras q propagou, a indução de milhões de pessoas a acreditarem em barbaridades sobre Lula e sobre o PT, usando a igreja e seus meios de comunicação para isso. A nossa consciência está tranquila”.
Durante os governos do PT, a igreja Universal expandiu muito seus horizontes. De acordo com o antropólogo da Unicamp, Ronaldo de Almeida, a presença do PT na África ajudou no crescimento da Universal, e que o Bispo recebeu passaporte diplomático no governo Lula; Almeida diz também que no governo Bolsonaro, a RecordTV se beneficiou do orçamento que ia para a TV Globo. “Eles estarão sempre próximos a quem está no poder. Não irão embora por causa da resposta da Gleisi porque agora é o Lula que terá a caneta”, ele conclui.