A ex-deputada Maria Corina Machado, considerada a favorita para vencer a nomeação da oposição venezuelana para presidente nas primárias em outubro, foi proibida de ocupar cargos públicos por 15 anos, afirmou o controlador-geral do país.
Machado, uma engenheira de 55 anos, lidera as pesquisas para as primárias com 13 candidatos. O vencedor dessas prévias vai enfrentar o presidente Nicolás Maduro nas eleições de 2024.
Ela até pode concorrer nas primárias, pois a oposição realiza essa votação sem apoio estatal, mas ela não poderá se registrar junto às autoridades eleitorais para aparecer na cédula da eleição presidencial.
Proibição é uma prorrogação
Na verdade, ela já estava proibida de ocupar cargo público, mas esse veto iria vencer. Em 2015, o regime venezuelano a condenou porque ela teria deixado de declarar alguns benefícios que teria recebido –ela nega que tenha recebido esses benefícios.
Agora, o regime venezuelano prorrogou a proibição que havia sido determinada pelas seguintes razões:
- Machado apoiou sanções dos Estados Unidos ao governo de Maduro.
- Machado apoiou o ex-líder da oposição Juan Guaidó.
Essa decisão de prorrogar o veto a Machado foi motivado por um pedido de um deputado aliado do governo de Nicolás Maduro, José Brito, que serve na Assembleia Nacional (o órgão legislativo controlado pelo partido governista) a respeito da proibição de 2015.
Ex-deputada reage
Machado disse a seus apoiadores que “uma proibição pelo regime é lixo, não significa nada”, e disse que isso mostra que o governo de Maduro “está sendo derrotado”.
A oposição tem dito há anos que as proibições são usadas pelo partido governista para impedir as chances de mudança política no país sul-americano, cuja economia está há muito tempo em crise.
O colega de Machado na primária, Henrique Capriles, que concorreu duas vezes à presidência pela oposição, foi proibido de ocupar cargos públicos por 15 anos em 2017.
A oposição fragmentada, que possui uma legislatura paralela reconhecida pelos EUA e controla os ativos estrangeiros do país, enfrenta uma ampla apatia eleitoral e o desafio de realizar a primária sem ajuda estatal após a renúncia de membros do conselho eleitoral.