Por Henrique Rodrigues
Em 2018 e nos primeiros momentos de 2019 os farialimers e liberais dos mais diferentes matizes adoravam exortar uma suposta responsabilidade de Jair Bolsonaro (PL) e de seu então futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. Agora, derrotado em seu intento de se reeleger e após quatro anos de um “governo” caótico e de baderna institucional e financeira generalizada, o rombo fiscal do despreparado e irresponsável presidente de extrema direita veio à tona: R$ 400 bilhões.
Numa entrevista dada nesta sexta-feira (4) à rádio CBN, o ex-presidente do Banco Central no governo Lula e ex-ministro da Fazenda de Michel Temer, Henrique Meirelles, que está cada vez mais próximo da equipe de transição da futura gestão petista, informou que o prejuízo deixado por Bolsonaro com sua criminosa e sistemática violação ao teto de gastos públicos atingiu não “apenas” R$ 150 bilhões, como sua equipe anuncia, tentando abrandar o problema, mas sim R$ 400 bilhões.
“Na minha avaliação, o tamanho do buraco deixado é mais próximo de R$ 400 bilhões, estimado por entidades independentes, do que dos R$ 150 bi que o governo está falando”, falou Meirelles.
Algumas mudanças no teto, que naturalmente implicavam em furá-lo, até seriam justificáveis, como a realizada em março de 2021 que abriram espaço para a manutenção e ampliação do Auxílio Emergencial, já que milhões de brasileiros enfrentavam os horrores e agruras da pandemia.
No entanto, outras mexidas, como de setembro de 2019 que possibilitou ao governo federal não contabilizar as transferências de recursos federais para estados e municípios beneficiados pela chamada repartição da cessão onerosa do pré-sal, assim como a aprovação em dezembro de 2021 da PEC dos Precatórios, que trouxe impacto de R$ 105 bilhões, e principalmente a PEC Kamikaze, de julho deste ano, que numa manobra ilegal e criminosa permitiu a Bolsonaro comprar votos às pressas por meio de benefícios sociais, a um custo de R$ 41 bilhões a mais do que previa o teto, foram determinantes para atolar o país num rombo fiscal sem precedentes.
Por Henrique Rodrigues