A DEMOCRACIA MORRE NA ESCURIDÃO

Ex-prefeito de Niterói preso pela Lava Jato é convidado por governo Lula para presidir INSS, mas recusa

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O ex-prefeito de Niterói e candidato derrotado ao governo do Rio pelo PDT, Rodrigo Neves, recusou o convite do ministro da Previdência, Carlos Lupi, para assumir o comando do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Neves, que chegou a ser preso em 2018 no âmbito da Operação Lava Jato, é investigado sob suspeita de corrupção em contratos assinados quando era prefeito e fraudes em licitações e pagamentos indevidos.

O pedetista sugeriu que o ministro chamasse uma pessoa com perfil mais técnico. “Diante da especifidade do órgão, agradeci, mas sugeri que fosse dirigido por um servidor federal de carreira, com experiência na área da previdência”, publicou no Twitter.

“Vou me dedicar a outros projetos. É fundamental a mobilização das melhores energias dos servidores do INSS para avançar na modernização e na agilização de análise e concessão de benefícios, aposentadorias e pensões”, afirmou.

Terceiro colocado na eleição para o governo do Rio de Janeiro, Neves apoiou Lula no segundo turno e participou do grupo de transição. “Há mais de 1 milhão de pedidos represados pela incompetência e insensibilidade do governo Bolsonaro, e essas pessoas que deram duro por toda a vida merecem respeito no momento de se aposentar”, completou.

Denúncias

Neves foi preso em dezembro de 2018, ainda no exercício do mandato, em uma operação do Ministério Público Estadual e da Polícia Civil, no âmbito da Operação Lava Jato, após uma delação premiada. Ele foi denunciado sob suspeita de desvios de mais de R$ 10 milhões da verba de transporte de Niterói. Ficou 93 dias na cadeia e foi solto por inconsistências na denúncia, segundo o Tribunal de Justiça do Rio, retornando à prefeitura.

À época, negou irregularidades e afirmou que as denúncias se referiam a uma concorrência sobre transporte público anterior à sua administração. Ele rechaçou suspeitas de recebimento de propina e se disse “absolutamente perplexo” com as investigações. “Se vocês verem a minha conta, meu sigilo fiscal está aberto, meu sigilo telefônico está aberto”, afirmou.

Em julho do ano passado, o processo por improbidade administrativa foi extinto pela Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que alegou falta de provas. Porém, em outubro, Neves virou réu na Justiça do Rio por corrupção em contratos. Ele é acusado, junto a outras oito pessoas, de fraudes em licitações e pagamentos indevidos a conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). A defesa de Neves negou qualquer envolvimento com irregularidades e disse que a denúncia é “absurda e inverídica”.

Essa matéria foi publicada originalmente aqui.

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