A DEMOCRACIA MORRE NA ESCURIDÃO

O lado oculto da AGERJI

Compartilhar:

Logo no início do mandato de Isau Fonseca, em  janeiro de 2021, houve uma grande discussão sobre quem ficaria com o cargo de Diretor-Presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Ji-Paraná (AGERJI), que é responsável pela fiscalização de contratos de prestação de serviços delegados, como no caso da CAERD. O cargo é estratégico, e o então prefeito não poderia errar na nomeação.

No dia 1 de janeiro de 2021, foi exonerado por Isau o então Diretor-Presidente da Agência, o senhor Clederson Viana Alves. No mesmo dia, Isau escolheu para compor o cargo um velho conhecido, o senhor Ronaldo Batista Alexandre. Contudo, Ronaldo foi exonerado 7 (sete) dias depois.

Indeciso, Isau tornou a colocar Clederson Viana Alves, só que agora por período específico de 05/01/2021 a 31/05/2021. Durante esse período, o então prefeito tentou encontrar alguém de extrema confiança para assumir a pasta, foi onde lembrou de um outro antigo amigo, o Gezer Lima de Souza. Sem qualificação técnica, Gezer Lima foi nomeado Diretor-Presidente da AGERJI em 31 de maio 2021, com mandato de 4 (quatro) anos, de acordo com o decreto assinado por Isau Fonseca.

A escolha de Lima não foi à toa, Isau queria alguém submisso e que atendesse aos seus interesses. Durante o mandato de Lima, a AGERJI bateu recordes de gastos com diárias. Somente em 2022, foram gastos R$ 175.950,00 (cento e setenta e cinco mil, novecentos e cinquenta reais) com diárias aos seus integrantes. O valor é 23.460% maior que no ano de 2019, em que o valor total gasto foi de R$ 750,00 (setecentos e cinquenta reais).

Somado às diárias, o Fronteira 364 veiculou em novembro de 2022 que a prefeitura de Ji-Paraná pretendia destinar 11 milhões de reais a Agência Reguladora e que tal valor seria 19x maior que do ano anterior, em que o orçamento foi de R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais). 

É perceptível que desde o início o então prefeito tinha um grande interesse escuso pela Agência, mas isso ficou patente em abril deste ano, quando o chefe do executivo envio um pacote com dezenas de modificações na lei de criação da Agência Reguladora. O pacote foi aprovado por completo pela base fiel de vereadores do prefeito na Câmara Municipal. 

Dentre as modificações, o mandato de Diretor-Presidente da AGERJI foi estabelecido como quinquenal (cinco anos), aumentando um ano a mais. Para além disso, foi definido que o mesmo cargo teria início a partir do terceiro ano do mandato do chefe do executivo. Coincidentemente, Isau Fonseca estava em seu terceiro ano de mandato. 

Mas as coincidências não acabam por aí: no dia 24 de abril, Gezer Lima foi exonerado e nomeado novamente para o mesmo cargo (Diretor-Presidente) – tudo no mesmo dia. No decreto de sua nomeação, o prefeito diz que o mandato do nomeado seguiria a nova regra da lei aprovada 19 (dezenove) dias antes pela Câmara Municipal. Em verdade, isso foi uma possível manobra feita por Isau Fonseca para estender o mandato do Diretor-Presidente, Gezer Lima, até o ano de 2027. Ao total, Lima poderá ficar no mesmo cargo por quase uma década.

O Fronteira 364 tentou contato com Gezer Lima pedindo explicações do motivo de ter sido exonerado e nomeado novamente para o mesmo cargo, no mesmo dia. Até o momento não obtivemos resposta.

Qual seria o interesse do prefeito afastado, Isau Fonseca, em manter Gezer Lima por tanto tempo no cargo de Diretor-Presidente? Esse é o lado oculto da AGERJI. Há muito a ser descoberto.

0 0 votes
Classificação da Notícia
Assinar
Notificar quando>
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments

NOTÍCIAS RELACIONADAS...

0
Que tal fazer um comentário sobre essa Notícia!x