Por Leone Oliveira
Com salário bruto de R$ 35.153,58, o procurador Rodrigo Sampaio de Souza, conhecido nos bastidores como “procurador do Isau”, não tem nada a reclamar da vida que possui no município de Ji-Paraná.
Sampaio foi cedido pelo município de Rondolândia (MT), no dia 28 de novembro de 2022. Ao chegar em Ji-Paraná, seu primeiro mês de salário já foi “turbinado” pelo prefeito que concedeu ao procurador recém-chegado uma produtividade de 150%, algo incomum e além do que muitos outros profissionais recebem.
O vencimento bruto do servidor chega aos incríveis R$ 35.153,58 (trinta e cinco mil, cento e cinquenta e três reais e cinquenta e oito centavos), e, com os descontos, R$ 25.824,00 (vinte e cinco mil, oitocentos e vinte e quatro reais).
De acordo com fontes dos bastidores do poder, o procurador teria vindo com a missão de “facilitar” a vida de Isau Fonseca em relação as licitações da prefeitura, se aliando ao Secretário da Fazenda, Diego André Alves, com o qual desenvolvia suas atividades.
Em depoimento à Policia Federal, a ex-controladora-geral do município, Patrícia Margarida Oliveira Costa, afirmou que Diego André Alves era responsável por “fiscalizar” os pareceres da Controladoria-Geral do Município, de forma que os mesmos não prejudicassem o prefeito que cometia, em tese, crimes de responsabilidade ao fazer dezenas de pagamentos sem prévio empenho.
Diego foi um dos alvos da última operação da DRACO “Horizonte de Eventos”, e teve seu sigilo bancário, telemático, telefônico e fiscal afastados pelo Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO).
Mas não foi apenas o procurador Rodrigo Sampaio Souza que veio do Mato Grosso (MT) para atuar na administração do prefeito afastado. A servidora Vânia Orden, que foi cedida por Colniza (MT), foi nomeada por Isau no dia 12 de dezembro de 2022 para ocupar o cargo de presidente-pregoeira da Comissão Permanente de Licitação do Município.
Em 2019, Vânia era presidente da comissão de licitação no município de Colniza, no Mato Grosso, cargo do qual foi afastada juntamente com o prefeito Celso Leite Garcia, por determinação judicial, em 10 de maio daquele ano, por envolvimento numa suposta fraude de 5 milhões em uma licitação que tinha como “vencedora” a empresa Mato Grosso Comércio de Asfalto Ltda.
Vânia foi exonerada pelo próprio Isau Fonseca no dia 9 de junho deste ano.
Pouco se sabe as motivações de Isau Fonseca para ter pedido esses e outros servidores do estado do Mato Grosso (MT), mas os rumores que pairam sobre suas imagens não são nada agradáveis. Todo modo, é patente a necessidade do prefeito em exercício, Joaquim Teixeira, por precaução, afastá-los da prefeitura e devolvê-los aos seus respectivos municípios. A sua imagem está em jogo.
