Por Leone Oliveira
Era uma manhã de terça-feira, dia 07 de fevereiro, quando o vereador presidente Negão do Isau aportava na sede da Rádio Planalto para uma entrevista com o radialista Licomédio Pereira.
A certa altura da entrevista, Licomédio interpelou o convidado no seguinte teor: “A prefeitura terá recursos para continuar tocando obras?”. O momento era único para o filho expor as supostas qualidades de bom gestor do pai prefeito. Assim o fez.
“Tem. Hoje, a saúde financeira da prefeitura é muito boa. Hoje, acredito que tem no caixa da prefeitura mais de R$ 250 milhões de reais”, afirmou o filho do prefeito, não cabendo em si de contentamento. O apresentador ficou atônito.
“Me desculpa, tem umas coisas que eu não consigo entender: porque hoje tem dinheiro e com os prefeitos passados não tinha?”, questionava inocentemente Licomédio, tentando entender o milagre financeiro de Isau. O filho do prefeito arrematou: “É a habilidade do gestor”.
“Mais de R$ 250 milhões o prefeito tem no caixa. O prefeito Isaú vai fazer o lançamento de um pacotão de obras, onde ele sempre fala: ‘a minha tendência é superar minhas metas'”, alegou o vereador.
Isaú era uma espécie de Dilma Rousseff de cueca: “quando a gente atingir a meta, nós dobramos a meta”. Contudo, a proximidade entre os dois políticos não era só no lema, mas na qualidade da gestão. Dilma conseguiu colocar o Brasil numa das maiores crises de sua história; Isau Fonseca, em tese, também alcançou tal feito e os resultados de sua gestão serão expostos na audiência de prestação de contas da prefeitura que será realizada pelo seu sucessor, na figura da Controladoria-geral do município, amanhã, quarta-feira, às 09h, na Câmara Municipal.
Até lá, entretanto, fiquemos com os relatos dos servidores, que alegam que as contas do município não estão nada saudáveis, como sugeriu Negão do Isau em sua entrevista na Rádio. Fala-se de rombos milionários nas mais diversas áreas da prefeitura, como saúde e educação. Parece que o superávit do vereador não tem respaldo na realidade e serviu apenas para dar ânimo aos incautos. Era o governo da utopia.
