A DEMOCRACIA MORRE NA ESCURIDÃO

Partido Comunista da China derruba redes sociais de críticos do regime

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O Partido Comunista da China (PCC) derrubou mais de mil contas nas redes sociais de críticos das políticas de enfrentamento da pandemia de covid-19, informou a agência de notícias Associated Press, neste domingo, 7.

Uma das plataformas mais populares na China, a Weibo (semelhante ao Twitter), identificou quase 13 mil “violações” que teriam sido cometidas por esses perfis. A empresa comunicou que vai continuar investigando e “limpando” sua rede de todos os conteúdos supostamente ilegais. A ideia é “criar um ambiente harmonioso” para a maioria dos usuários.

As principais críticas dos usuários da Weibo são referentes às medidas sanitárias estabelecidas pelo Partido Comunista da China, determinadas pelo secretário-geral do PCC, Xi Jinping. Entre as normas, estão: lockdowns, testes de coronavírus obrigatórios e restrições a viagens. Muitas pessoas ficaram isoladas em casa, sem ter o que comer.

O PCC endureceu as restrições, depois de supostas explosões de mortes por covid-19 no país. Nesta semana, vídeos postados nas redes sociais sugerem que os chineses estariam cremando cadáveres de familiares nas ruas. Segundo a imprensa internacional, no fim de dezembro, havia filas nos crematórios do país.

Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a China pode estar subnotificando os dados. Dessa forma, não se sabe o que se passa no país, quando o assunto é coronavírus. A OMS contou 648 mortes em uma semana, enquanto Pequim registrou apenas 9. O diretor de emergências da agência, Michael Ryan, disse esperar “dados mais abrangentes”.

Partido Comunista da China sente a pressão dos democratas

Em artigo publicado na Edição 142 da Revista Oeste, o jornalista Dagomir Marquezi mostra que, apesar da tirania comunista, as sementes da democracia começaram a nascer na China.

“É simbólico que tudo tenha começado com um incêndio”, observou o jornalista. “Na quinta-feira 24 de novembro, um edifício pegou fogo na cidade de Urumqi, ao norte da China. Dez pessoas morreram, nove ficaram feridas. Os habitantes de Urumqi decidiram que aquele era o ponto final. Centenas saíram às ruas protestando pelo fato de que o socorro às vítimas havia sido atrapalhado pelas inúmeras barreiras instaladas na cidade por conta da política de covid zero imposta por Xi Jinping, líder máximo do Partido Comunista.”

“No sábado, o fogo do protesto se alastrou para Xangai, onde os habitantes criaram um memorial às vítimas numa rua chamada Urumqi”, complementou Marquezi. “No domingo 27, as ruas das principais cidades chinesas estavam tomadas por pessoas gritando ‘Renuncia, Xi Jinping’, ‘Fora, Partido Comunista da China’, ‘Chega de lockdown‘ e ‘Queremos liberdade e uma imprensa livre’. Os manifestantes erguiam folhas de papel em branco como um símbolo da luta contra o controle de pensamento. Dezessete cidades foram sacudidas por demonstrações, na maior onda de protestos por liberdade desde 1989.”

Essa matéria foi publicada originalmente aqui.

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