A equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que trata do dinheiro necessário para o próximo governo quer uma licença orçamentária para gastar R$ 200 bilhões em 2023. Segundo o jornal O Globo, o valor seria essencial para algumas das promessas feitas pelo petista ao longo da campanha eleitoral, como manter o valor de R$ 600 do Auxílio. Nas redes sociais e nos bastidores do poder, a PEC vem sendo chamada de “PEC da Picanha”, devido a promessa feita por Lula durante sua campanha.
Segundo o deputado Ênio Verri (PT-PR), para bancar a manutenção do valor do Auxílio no próximo ano, com o adicional por criança, serão necessários R$ 175 bilhões, mas há apenas R$ 105 bilhões previstos no Orçamento enviado pelo atual governo. Pelas contas do congressista, precisariam ainda de R$ 15 bilhões para chegar ao mínimo legal na área da saúde.
Chamada de PEC da Picanha, a matéria deve dispensar excepcionalmente a União de cumprir o teto de gastos em áreas específicas de despesas.
O presidente eleito também pretende ter em seu governo três ministérios inéditos já a partir de 2023. Promessa de campanha do petista e repetida em diferentes comícios, o aumento do número de ministros vai na contramão do corte na Esplanada promovido por seus antecessores Jair Bolsonaro (PL) e Michel Temer (MDB). Pelo menos dez ministérios devem ser incorporados — com isso, o governo do petista elevará de 23 para 33 o número de pastas. Além das inéditas, outras serão desmembradas em duas ou até quatro pastas — como deve ser o caso de Economia — e as demais continuam como estão, por exemplo Educação e Saúde.
A expectativa é que Lula comece a definir os futuros ministros a partir da semana que vem (leia mais abaixo). Em uma disputa acirrada, o petista foi eleito pela terceira vez presidente da República com 50,90% dos votos — seu adversário recebeu 49,10%.