A DEMOCRACIA MORRE NA ESCURIDÃO

Prefeito determina abertura de processo administrativo para investigar escândalo do HM de Ji-Paraná

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Após matéria do Fronteira denunciando uma cirurgia clandestina que havia sido realizada no Hospital Municipal, o prefeito em exercício de Ji-Paraná, Joaquim Teixeira (PL), publicou ontem (20) uma nota de esclarecimento alegando ter determinado a abertura de um processo administrativo pela Secretaria Municipal de Saúde, e assegurou que “toda a ação será devidamente esclarecida, nesta semana, e caso haja irregularidades, as devidas providências serão tomadas”. 

A matéria publicada neste domingo (20) pelo Fronteira, trouxe com exclusividade detalhes de uma possível trama criminosa em que uma funcionária dos quadros do município, Celina dos Santos, técnica em enfermagem, teria realizado uma cirurgia estética nos seios junto a seu médico particular, Raimundo Maia. 

A cirurgia teria ocorrido no dia 12 de agosto, num sábado, e durado 8 (oito) horas, começando as 8h da manhã e terminando as 16h. Tudo foi feito de maneira obscura, nada oficial, e teria contado com a conivência do próprio Diretor-Geral do Hospital Municipal, Diogo de Souza Oliveira.

O médico cirurgião plástico, Raimundo Maia, era privado e trabalha na empresa “Center Plástica”, sediada em Porto Velho (RO) e em atividade desde 1996. Conforme consulta feita pelo Fronteira, Raimundo não faz parte do quadro societário. 

A cirurgia realizada clandestinamente era para melhorar a estética dos seios da técnica em enfermagem, que eram “assimétricos” (esquerdo maior que o direito). No Instagram, no mesmo dia da cirurgia, o médico comemorou o sucesso de seu trabalho. “Moldes ao desejo do paciente, feliz com seu resultado e muito bem orientada em reabilitação”, escreveu. Partes da cirurgia foi gravada e publicada em seu Instagram, mostrando o “antes e depois”, como uma forma de expor seu trabalho, em evidente autopromoção.

Uma semana depois do primeiro vídeo publicado, no último sábado (19) o médico Raimundo Maia publicou outro vídeo, no qual escreveu: “caso bem interessante, paciente com ritmo ativo de atividades e treinos, apresentando mamas assimétricas (volumes e larguras diferentes), avaliamos seu caso e definimos o melhor planejamento”.

Desta vez, o vídeo mostra seu rosto e sua touca cirúrgica, na qual esta escrito seu nome “Raimundo Maia – Cirurgião Plástico”. Outra detalhe não passa despercebido: na roupa que Raimundo usava também estão estampadas as siglas “HM”, de “Hospital Municipal”. 

O Fronteira tentou contato com Diogo de Souza Oliveira, diretor-geral do HM, mas não obteve resposta.

O Fronteira também entrou em contato com o Secretário de Saúde, Rafael Papa, o qual alegou já estar ciente da situação e disse ter descartado qualquer cobrança para a utilização do espaço. “Já descartei que houve qualquer cobrança para a utilização do espaço”, disse.

“Mas ainda existe a utilização do ambiente, que deve ser melhor esclarecida. Alegaram que o procedimento seria feito pelo SUS, em Porto Velho, e existiu um cancelamento”, afirmou.

“Mas se existiu ilegalidades, meu amigo, serão levadas com rigor”, finalizou o Secretário.

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