O ex-deputado Roberto Jefferon (PTB) foi alvo neste domingo (23) de uma ação da Policia Federal a pedido do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Jefferson cumpria prisão domiciliar desde janeiro deste ano, a qual foi revogada por Moraes em decisão publicada hoje.
A Policia Federal foi até onde o ex-deputado estava hospedado com o intuito de prendê-lo, mas foi recebida à bala; Jefferson também lançou granada na direção dos agentes. Dois policiais ficaram feridos com os estilhaços.
Até às 17h30, horário de Brasília, o politico apoiador de Bolsonaro ainda não tinha sido preso e se encontrava no mesmo local. A pedido do Presidente Bolsonaro, o ministro da justiça, Anderson Torres, está a caminho do Rio.
Em vídeo gravado de dentro da casa na qual o mesmo se encontra, Jefferson diz: “eu não vou me entregar. Eu não vou me entregar porque acho um absurdo. Chega, me cansei de ser vítima de arbítrio, de abuso. Infelizmente, eu vou enfrentá-los”.
Em outro vídeo, o para-brisa do viatura da policia federal aparece estilhaçado.
“Mostrar a vocês que o pau cantou. Eles atiraram em mim, eu atirei neles. Estou dentro de casa, mas eles estão me cercando. Vai piorar, vai piorar muito. Mas eu não me entrego”, afirmou.
A DECISÃO DE MORAES
Em decisão que revogou a prisão domiciliar do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), o ministro Alexandre de Moraes afirmou que houve “notórios e públicos descumprimentos” de decisões.
“No caso em análise, está largamente demonstrada, diante das repetidas violações, a inadequação das medidas cautelares (…), o que indica a necessidade de restabelecimento da prisão, não sendo vislumbradas, por ora, outras medidas aptas a cumprir sua função”, diz o ministro.
Ainda segundo a decisão, o político de extrema-direita está proibido de conceder qualquer entrevista ou receber visitar na cadeia, salvo se houver autorização do STF. A proibição se estende a líderes religiosos, familiares e advogados.
Moraes também determinou busca e apreensão de documentos e bens, de todos os computadores, celulares tablets e qualquer outros dispositivos eletrônicos em todos os endereços do político.
O ministro também cita outras condutas do Jefferson que motivou a revogação da prisão domiciliar, como receber visitas constantes e passar orientações a dirigentes do Partido Trabalhista Brasileiros (PTB), conceder entrevista e disseminar Fake News.
Alexandre de Moraes diz ainda que as atitudes do político ainda podem se enquadrar em novos crimes, tais como “calúnia, difamação, injúria, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitar publicamente animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade, além da questão discriminatória presente no vídeo de 21/10/2022”.