O TCU identificou gastos irregulares do Ministério da Defesa e das Forças Armadas relacionados aos recursos destinados ao enfrentamento da Covid.
Segundo a Folha de S. Paulo, uma auditoria do tribunal votada na quarta-feira (29) mostrou que R$ 256 mil dos R$ 15,6 milhões enviados pelo Ministério da Saúde para o ressarcimento de ações da pandemia foram gastos com salgados, sorvetes e refrigerantes.
Outros R$ 447 mil foram utilizados na compra de 12 mil quilos de filé mignon e picanha, cortes nobres de carne bovina.
De acordo com o tribunal, a atuação da administração pública deve observar os princípios da legalidade, razoabilidade e do interesse público, apesar de uma normativa interna do Exército autorizar a compra de cortes nobres.
“Nesse sentido, entende-se que violou tais princípios a utilização de recursos tão caros à sociedade, oriundos de endividamentos da União que agravaram ainda mais a crise econômica e social vivenciada pelo Brasil, para a aquisição de artigos de luxo, quando disponíveis alternativas mais baratas e que igualmente cumpriam a finalidade pretendida”, afirmou o documento.
O Tribunal de Contas da União também detectou que as Forças Armadas usaram R$ 1,8 milhão dos recursos da Covid com a manutenção de imóveis que não preenchiam requisitos de imprevisibilidade e urgência.
Em nota ao jornal, o centro de comunicação social do Exército afirmou que pauta sua atuação pelo respeito à lisura e transparência na gestão de bens e recursos públicos. As demais Forças e o Ministério da Defesa não se pronunciaram sobre os gastos.
O Antagonista