Apesar da indecisão das últimas semanas, Simone Tebet deve mesmo se tornar ministra no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela tem apoio de seu partido, o MDB, e ouviu uma “promessa” do futuro vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB).
A nomeação da senadora como chefe de alguma pasta a partir do ano que vem foi encaminhada durante jantar promovido pelo MDB na noite de quarta-feira (14), na casa do deputado Eunício Oliveira, que contou com a presença de Alckmin.
De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, Tebet ouviu do ex-governador de São Paulo a garantia de que ficará com um ministério.
Resta saber qual será a pasta comandada pela senadora. Pretendido por ela, o Ministério do Desenvolvimento Social é considerado um dos mais importantes pelo PT, por ser o responsável pelo programa Bolsa Família.
O partido não vê com bons olhos a possibilidade de dar a pasta a uma possível futura adversária na eleição presidencial de 2026, mas pode ser “forçado” a ceder.
Isso porque o MDB já manifestou seu apoio à ida de Tebet para um dos ministérios do governo Lula e considera justamente o Desenvolvimento Social a melhor opção.
A resistência do PT em ceder a pasta à senadora, inclusive, foi um dos temas do jantar de quarta e rendeu críticas dos emedebistas.
“Todo mundo reconhece a importância da Simone. Essa história não existe: a Simone é ministra da cota do partido e ajuda o país numa área em que se identifica, como o Desenvolvimento Social”, declarou o presidente do partido, Baleia Rossi, à coluna de Andréia Sadi no portal g1.
Outras possibilidades
Diante da resistência petista, outras possibilidades de ministério foram levantadas. Tebet já avisou que não aceita uma pasta “decorativa” e também estaria interessada em assumir a Educação ou a Indústria e Comércio.
O problema é que para ambos os ministérios Lula parece já ter nomes escolhidos. Na Educação, o ex-governador do Ceará Camilo Santana é a bola da vez. Já para a Indústria e Comércio, o convite foi feito a Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Outras possibilidades seriam a Agricultura e o Meio Ambiente. Para a primeira, pesa contra Tebet o fato de defender uma agenda de agronegócio sustentável, o que não é bem visto por boa parte do setor.
Já no Meio Ambiente, a favorita para o cargo é a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP), com quem a senadora tem boa relação. Ela teria avisado, inclusive, que não aceita “atropelar” a colega.
A alternativa de não ter Tebet no governo também não agrada ao PT, que enxerga a possibilidade como um rompimento da aliança ampla que ajudou Lula a chegar ao poder.
Tebet e Lula não estão se falando
Apesar de ter sido peça-chave na campanha do petista no segundo turno, Lula e Tebet não se falaram pessoalmente desde o dia da eleição, em 30 de outubro.
A senadora também seque esteve na cerimônia de diplomação do novo presidente e de Alckmin no início da semana. Pessoas próximas a Tebet chegaram a apontar a futura primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, como responsável pelo distanciamento.
Aliados de ambas as partes, no entanto, negam um possível “climão” entre a senadora e Lula. Segundo eles, Tebet trabalhou normalmente durante a transição e ajudou a articular a PEC no Senado.
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