A DEMOCRACIA MORRE NA ESCURIDÃO

Trump anuncia sua pré-candidatura à Presidência dos EUA: “para fazer a américa voltar a ser grande de novo”

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O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acompanhado de apoiadores em sua mansão no Mar-a-lago, na Flórida, anunciou sua pré-candidatura à Presidência do País em 2024.

“Há dois anos, quando deixei o cargo, os Estados Unidos estavam prontos para sua idade de ouro. Para fazer a América voltar a ser grande de novo, estou anunciando esta noite minha candidatura para presidente dos Estados Unidos”, afirmou Trump, que voltou a usar o slogan da campanha de 2016.

O ex-presidente também afirmou que os últimos dois anos de governo Biden foram de “dor, sofrimento, ansiedade e desespero”. Antes de fazer o anúncio, assessores de Trump protocolaram na Comissão Eleitoral Federal do País os documentos necessários para a formalização da campanha.

O atual presidente, Joe Biden, já deixou claro que tentará uma reeleição. Trump, para conseguir disputar a presidência, precisa vencer a disputa interna do partido republicano.

A TRAGETÓRIA DE TRUMP

Na manhã de 20 de janeiro de 2020, Donald Trump deixava a Casa Branca rumo ao seu resort, na Flórida. Os acontecimentos de duas semanas antes, refletiriam no seu futuro dentro da política, pondo em cheque a promessa que fez antes de deixar o gramado da casa que lhe acomodou por quatro anos. Trump prometeu “voltar de alguma forma”. A sua desconfiança e ataque sistemático ao sistema eleitoral ensejou a invasão do capitólio, em 6 de janeiro de 2020, posterior à um discurso que fez para centenas de apoiadores. Um acontecimento histórico que hoje vem tendo grandes reflexos.

Trump é um economista, empresário bem-sucedido e ex-presidente da maior potência econômica, militar e política do mundo. Filho de um magnata norte-americano do ramo de imóveis, herdou habilidades do pai, tornando-se um visionário no mundo dos negócios, construindo um verdadeiro império. Publicou livros, foi ator em filmes e apresentador de programas na televisão americana. Atualmente, sua fortuna está estipulada em US 3 bilhões, 25% a mais do que tinha quando deixou a presidência. Um aumento de US 600 milhões, de acordo com a Forbes.

Com sucesso na carreira privada, o bilionário queria mais: ansiava pela Presidência da República. Trump sempre acompanhou de perto a política em seu País, mas nunca tinha assumido um cargo público. O mesmo já foi filiado ao Democrata em 1987; ao republicano de 1987 a 1999; Partido da Reforma de 1999 a 2001; Democrata de 2001 a 2009; e, por último, republicano novamente de 2009 até hoje. Nunca foi político, e seu primeiro cargo dentro deste novo mundo foi o mais alto que um político poderia chegar: Presidente da República dos Estados Unidos da América.

Quando anunciada a sua candidatura à Presidência, Trump sofreu uma rejeição enorme da mídia americana que lhe satirizava e desdenhava de sua capacidade de chegar à Casa Branca. Sua personalidade era forte, seu discurso era ríspido, e isso incomodava muita gente poderosa que detinha os meios de comunicação em massa, bem como os democratas, que fazia contraponto com um discurso mais ameno e politicamente correto. Do lado dos Democratas, Hillary Clinton – esposa do ex-presidente Hill Clinton – capitaneava a disputa pela cadeira presidencial, no entanto, tinha uma forte rejeição popular e acabou sendo derrotada pelo novato Republicano.

Ex-presidente Donald Trump

O improvável aconteceu: Donald Trump se torna o 45° Presidente da República dos Estados Unidos. Seus posicionamentos na presidência foram os mesmos que seu discurso em campanha sugeriam. O novo presidente era fortemente nacionalista, defendendo a indústria e economia norte-americana; era contrário à ascensão chinesa e ganhou destaque quando se referiu à Covid-19 como “Vírus chinês”; criticava a dependência que outros países tinham com os Estados Unidos, inclusive para suas seguranças por meio da OTAN; e era contra o acordo com o Irã, que previa uma ajuda econômica dos EUA em troca da retirada de armas nucleares que o País possuía. Durante seu governo, Trump também foi contrário ao isolamento social e recebeu muitas críticas por conta disso. Em um de seus discursos, o mesmo sugeriu o uso de desinfetante e produtos de limpeza para acabar com o vírus: “O desinfetante acaba [com o vírus] em um minuto, um minuto”, teria dito em um discurso no dia 23 de abril de 2020, último ano de seu mandato.

Donald Trump perde para Joe Biden.

Antes dos resultados das Urnas Eletrônicas, Trump já vinha pondo dúvidas sobre o sistema eleitoral na tentativa de deslegitimar o futuro mandatário e amenizar a derrota que era iminente. Posterior aos resultados das votações, Trump repetiu em dezembro de 2020 que houve fraude e que Biden era um “Presidente falso”. Boa parte de seus eleitores compraram a narrativa e iniciaram protestos contra o resultado das eleições.

Apoiadores de Trump antes de invadirem o capitólio, em Washington, nos EUA, em 06/01/2020

O ápice dos protestos se deu em 6 de janeiro de 2020. Depois do discurso de Donald Trump para seus apoiadores, em Washington, os mesmos foram em direção ao Capitólio (congresso americano) para impedir que a vitória de Joe Biden fosse selada. Na invasão ao Capitólio, cinco pessoas morreram e centenas ficaram feridas. Um verdadeiro atentado contra a democracia. Assim Trump deixa a presidência: pondo dúvidas sobre as eleições e supostamente tendo sido o mandante da invasão ao congresso americano. Em 20 de janeiro de 2020, de saída da Casa Branca, afirmava que de alguma forma iria voltar.

Ontem, 15, terça-feira, na frente de sua mansão na Flórida, afirmou ser pré-candidato à presidência dos Estados Unidos. Ele pretende voltar.

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