A DEMOCRACIA MORRE NA ESCURIDÃO

Como forma de retaliação por ter sido “insubordinada”, prefeito Isaú Fonseca exonera marido da vereadora Juscelia Dallapicola

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O prefeito de Ji-Paraná, Isaú Raimundo da Fonseca, exonerou no dia 01 de novembro o marido da vereadora Juscelia Dallapicola (PSDB) de sua função gratificada, na qual ele ganhava 5 mil reais. Amauri Benedito Cruz foi exonerado da função gratificada de “gerente-geral de arrecadação”, da Secretaria Municipal de Fazenda.

O motivo da exoneração é unanime: foi uma forma de retaliação à vereadora, pois, a mesma foi “insubordinada” e não atendeu passivamente aos interesses do prefeito.

A vereadora Juscelia Dallapicola foi a primeira a alertar sobre a lei da OSCIP, indo contra os interesses do executivo. O caso ganhou grande repercussão por entre os cidadãos de Ji-Paraná, e o prefeito teve que retirar a lei da Câmara Legislativa.

Além disso, durante as eleições, Dallapicola havia apoiado o candidato a deputado estadual Marcelo Cruz, ao invés de apoiar o filho do prefeito, Negão do Isaú, que também era candidato ao cargo de deputado estadual. Negão não conseguiu se eleger e ficou como 1° suplente.

De acordo com fontes de dentro dos bastidores do poder, a vereadora Juscelia Dallapicola, ao saber da exoneração de seu marido, foi até o gabinete do filho do prefeito e o “pau fechou”.

Dallapicola sempre foi o braço direito de Isaú Fonseca, mas, depois de toda sua “insubordinação”, agora deve ser jogada para escanteio e perder espaço na prefeitura.

LEI DA OSCIP

Depois do alerta que a vereadora Juscelia Dallapicola havia feito, repercutindo o caso da lei da OSCIP, houve muita pressão dos vereadores e da população, e a prefeitura de Ji-Paraná resolveu tirar, na tarde do dia 14 de outubro, o projeto de lei 3152 que visava permitir que o município firmasse parcerias com as chamadas OSCIP ( Organização da Sociedade Civil de Interesse Público).

O projeto previa um repasse mensal de mais de 5 milhões de reais para a OSCIP fazer contratações, sem concurso, em várias áreas do setor público; e, ao todo, no final do contrato, os gastos seriam de mais de 200 milhões de reais dos recursos públicos.

O Conselho Municipal de Saúde de Ji-Paraná havia se posicionado contra o projeto de lei, alegando que “terceirizar leva a uma preocupação futura quanto a fiscalização, pois não se verifica uma fiscalização mais efetiva com o próprio servidor, imagine uma ONG”.

O Conselho também expôs sua preocupação com a fonte do recurso, com o “apadrinhamento político” e pediu que o Ministério Público fosse consultado.

DOCUMENTO DA EXONERAÇÃO DO MARIDO DA VEREADORA

Abaixo está o documento que mostra a exoneração do marido da vereadora Juscelia Dallapicola.

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