O vereador recém-empossado Geraldo da 102, em discurso na Câmara Municipal, sinalizou que poderá votar a favor da cassação do prefeito Isau Fonseca.
Geraldo foi empossado após o afastamento dos vereadores Negão do Isau e Elvis Gomes, em uma operação da DRACO, da Polícia Civil, deflagrada no dia 26/03.
Em seu discurso na sessão da última terça-feira (23), o vereador afirmou que “Ji-Paraná está chorando, porque esta situação que estamos vivendo está prejudicando a população”. De acordo com o parlamentar, “é o momento de unirmos as forças e fazer o melhor por toda a população e que essa casa seja vista como uma casa de lei, de respeito”.
Em 01/04, foi protocolado um pedido de cassação contra o prefeito Isau Fonseca, na Câmara Municipal, após o Tribunal de Contas e a Polícia Civil constatarem que houve nepotismo na indicação de sua então namorada ao cargo de Assessora de Procurador, na Procuradoria-Geral do Município (PGM). Sua remuneração bruta era de R$ 4.000,00 (quatro mil reais).
Neste mês, os auditores pediram para que a então namorada do prefeito fosse condenada a devolver a quantia de R$ R$27.333,33 (vinte e sete mil, trezentos e trinta e três reais e trinta e três centavos) aos cofres públicos, valor que foi recebido indevidamente.
Caso os vereadores Negão e Elvis não consigam uma liminar favorável na justiça para retornar ao cargo, o vereador Geraldo da 102 será um dos que irão decidir pela cassação ou não do prefeito.
Em 26 de março, a Polícia Civil afastou Negão, Elvis e o prefeito do município suspeitos de integrarem uma Organização Criminosa (ORCRIM) que tinha por objetivo favorecer integrantes que repassavam propina e furar a fila dos precatórios.
Conforme consta no inquérito, Isau Fonseca teria solicitado R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) para os integrantes do bando, mas aceitou fechar negócio em R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). Desse valor, seu filho, o vereador Negão do Isau, ficaria com R$ 100.000,00 (cem mil reais) e o vereador Elvis Gomes também ficaria com a mesma quantia.
Após recurso no Supremo Tribunal Federal, contudo, a defesa do prefeito conseguiu liminar para reconduzi-lo ao cargo. Os recursos dos vereadores Negão do Isau e Elvis Gomes ainda pendem de julgamento.
Além deste último afastamento, o prefeito Isau Fonseca já havia sido afastado em 13 de julho do ano passado, em virtude de uma suposta fraude em licitação para compra de lâmpadas de LED e de um possível desvio de quase R$ 19.000.000,00 (dezenove milhões de reais). Apensar disso, em dezembro, a defesa havia conseguido sua primeira liminar no STF para reconduzi-lo ao cargo.