por NATALINO FERREIRA
***este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Fronteira 364
Pode parecer piada pronta, na maioria das vezes, somos responsáveis pela corrupção na política e dos políticos de Ji-Paraná.
Enquanto profissional de comunicação, vi em campanhas eleitorais ou mesmo quando o político exercia seu mandato, coisas que até Deus duvida.
Em tempos de campanha eleitoral, tornou-se comum, na nossa cidade, o eleitor ir a um candidato “e procura negociar” seu voto por pequenos favores, que na maioria podem ser resolvidos por ele mesmo sem a necessidade de político ou de um candidato.
Na verdade, a maioria de nossa população procura um político para resolver problemas de interesse pessoal e muito raro os de interesse da comunidade.
Para o eleitor, o candidato, em tempos de campanha, paga passagem, compra remédios, faz mudança, negocia portaria e tantas outras picuinhas que o político ou candidato acaba sendo pressionado a fazer, sob pena de não conseguir se eleger e ficar rotulado como um mau político que não olha para o eleitor ou que lhe dá as costas quando eleito e ainda, correndo o risco de não se reeleger.
Eu, que fui candidato a um cargo eletivo, pude constatar tal fato e tive que dizer “não” por muitas vezes a muitos que tentaram me chantagear, prometendo votos em troca de dinheiro para a compra de “remédios”, passagens, empregos e tantas outras coisinhas.
Um pastor, me ofereceu sua igreja de portas fechadas, com a certeza dos votos de todos os fiéis. Um empresário garantia os votos de todos os colaboradores.
Fui um candidato comprometido com programas sociais e não cedi às chantagens de quem quer que seja e, por essa razão, contabilizei irrisórios 107 votos.
Nem de todos os meus familiares, obtive votos, pois viam em minha iniciativa a possibilidade de “melhorar financeiramente” na vida.
Confesso que não me decepcionei com o resultado, porque já esperava encontrar, como de fato encontrei, uma sociedade na maioria viciada nas aparentes “facilidades” que o meio político sempre ofereceu.
Pude constatar a hipocrisia de muitas pessoas que cobram dos políticos, aquilo que elas próprias ainda não têm condições de oferecer aos outros — “a honestidade e a integridade moral”.
Por não possuir discernimento político, grande parte da população vota no candidato que concede favores sem dar a mínima importância àqueles que oferecem propostas de governo e de interesse geral.
Na política ji-paranaense, sabe-se que a corrupção é algo que atinge a maioria absoluta daquilo que se tem como hábito chamar de “representantes do povo”.
Essa forma de pensar, criou vícios profundos que há muito tempo se pratica e, com certeza, pode-se afirmar que enquanto existir os vícios da nossa gente, essa sempre dará motivos para o surgimento de políticos corruptos que continuam longe de dizer a que vieram.
Muito em breve, quero detalhar a campanha eleitoral que trabalhei, sofri e ajudei a eleger, “sem saber”, um julgado e condenado pela justiça.
por NATALINO FERREIRA – JORNALISTA E TECNÓLOGO EM MARKETING