O promotor Fernando Rey de Assis, do Ministério Público Eleitoral (MPE), pediu na tarde desta segunda-feira (26), a impugnação da candidatura de Isau Fonseca por abuso de poder político.
De acordo com o promotor, o evento de inauguração do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Ji-Paraná, realizado no dia 28 de junho, foi utilizado para evidente propaganda pessoal de Isau Fonseca.
No ato da inauguração, os servidores do SAMU foram obrigados a entrarem no evento marchando e proferindo um grito de guerra que exaltava o nome do prefeito. O coro entoado dizia: ““Ai ai Meu Preto, ai ai meu preto, eu podia estar em casa, eu que tanto estudei, até agora só ralei” [sic];
“Verificamos a elevada gravidade dos fatos, demonstrando alto grau de reprovabilidade na conduta praticada pelo representado Isaú na inauguração do SAMU em Ji-Paraná, em evidente abuso de poder político, eis que o nome do representado em destaque no grito de guerra revela evidente ato de propaganda pessoal em evento público”, afirmou o promotor.
O MPE também destacou que os vídeos que foram publicados tanto pelo perfil Fronteira 364 quanto pelo próprio perfil do prefeito Isau Fonseca no Instagram, juntos, alcançaram mais de 30 mil visualizações, o que demonstra evidente desbalanço na disputa eleitoral no pleito deste ano.
“Diante deste panorama, apenas as visualizações dos vídeos publicados nas contas @fronteira364 e @isaufonsecaoficial que atingiram juntas o patamar de mais de 30 mil visualizações, ultrapassando o número de votos obtidos por Isaú que o elegeu ao cargo de Prefeito nas Eleições de 2020, demonstrando a gigantesca repercussão que enseja reflexos negativos na igualdade de disputa nas eleições, haja vista que nenhum candidato foi divulgado/exposto nestas proporções por algo positivo que fez pela cidade”, completou o Assis.
Conforme oitivas realizadas pelo MPE, o grito de guerra exaltando Isau Fonseca estava no roteiro do evento e também era do conhecimento do próprio prefeito.
Ao final da ação, o MPE pede a cassação do registro de candidatura de Isau Fonseca e a consequente inelegibilidade do político por 8 anos.