Neste domingo (04), os chilenos rejeitaram por ampla margem a proposta de uma nova constituição. Dessa forma, continua em vigor a Constituição que foi criada á época da ditadura chilena, perpetrada por Augusto Pinochet (1915-2006).
Até às 20h50 de Brasília, tinham sido mais de 72% das urnas apuradas. A rejeição à nova constituição era de 63% contra 37%, uma margem que, para os especialistas, é irreversível. O presidente do Chile, Gabriel Boric, convocou uma reunião com todos os partidos nesta segunda-feira (05), às 16h (17h em Brasília).
O voto era obrigatório, logo, toda a população teve que ir votar, formando grandes filas sob um calor intenso. De acordo com autoridades locais, não houve episódios de violência ou algo do gênero.
Em que pese o presidente do Chile, que está no cargo há pouco mais de 6 meses, não tenha se posicionado a favor da nova Constituição, a rejeição pode ser considerada uma derrota ao governo, levando-se em conta que a nova constituição foi a mola propulsora para sua coalizão política e parte fundamental de sua campanha à Presidência.
Boric e os principais partidos do país haviam decidido que o processo constitucional teria sequência mesmo em caso de rejeição, com um novo inicio da redação de uma nova carta. Agora, o próximo passo será formular uma nova redação para a Constituição, contudo, há um empecilho: só poderá ter uma nova assembleia constituinte depois de 125 dias do plesbicito deste domingo.
Há uma outra opção alheia à assembleia: o congresso escolher um comitê de especialistas, constitucionalistas e advogados para que redija a Carta e discutir se haverá a necessidade de fazer um novo plebiscito de aprovação ao final ou se o próprio congresso poderia aprová-la.
De qualquer forma, mesmo que uma nova constituinte permaneça em discussão, o fato é que o país ficará em espera dentro de uma crise econômica com inflação nas casa dos 13% e aumento nos números de denúncias de violência em 30%.
