A DEMOCRACIA MORRE NA ESCURIDÃO

ENTRE LOBOS: o retrato do País pintado pela Brasil Paralelo

O novo documentário da Brasil Paralelo está dando o que falar pelos internautas. Nos três episódios de mais de uma hora cada, é exposto o cenário catastrófico no qual o Brasil se encontra. O aumento astronômico da bandidagem, do crime organizado, dos roubos a bancos, dos homicídios, dos estupros, tudo nos faz cair em si e sair da bolha de conforto e conformidade que engloba a maioria dos brasileiros. O País está à deriva no mar da crueldade.

A trilogia expõe inúmeras entrevistas com autoridades publicas que relatam como o crime vem tomando cada vez mais espaços e se estruturando e organizando, de tal sorte a substituir o estado em algumas regiões. Histórias de pessoas que perderam a vida; mulher grávida que teve sua casa invadida por criminosos, roubada, estuprada, e morta junto com a filha dentro do ventre; Homem que ao sair de casa foi assaltado e, mesmo sem esboçar reação, foi esfaqueado sucessivas vezes vindo a óbito; jovem que foi morto por visitar o pai em outra favela cujo domínio era exercido por facção rival; etc. Qualquer pessoa com o mínimo de humanidade ficara em choque com a realidade trazida alume.

Quando embarcamos nessa reflexão sobre o Brasil, vemos que o problema é muito mais complexo do que pensávamos. É como se fosse dezenas de fios entrelaçados entre si no alto de um poste. Para reorganiza-los irá levar muito tempo, e exige-se um projeto sólido e sério para o País por parte dos legisladores, e eles são uma parcela do problema. Nossa politica é vergonhosa e se resumi em utilizar o dinheiro público – que é visto como dinheiro de ninguém – para se reeleger inúmeras vezes, promovendo obras que nunca serão finalizadas para servirem como palanque político. Há exceção, sim, uma pequena exceção apenas, mas via de regra é assim que o jogo funciona. A política virou uma forma de ter sucesso fácil: dinheiro, fama e poder. E quando ela é vista dessa forma, o resultado não pode ser outro: os deputados se acham donos de uma empresa (Brasil) cujos funcionários são os brasileiros. É um terreno fértil para tudo quanto é desgraça. O fator político é diretamente proporcional com o fracasso do estado para com as assistências públicas.  

No momento em que o Estado se ausenta, outro poder toma seu lugar. No caso das favelas do Rio de Janeiro, esse poder foi as facções criminosas: Comando Vermelho, Primeiro Comando Puro e Amigos dos Amigos. Não existe lacuna no poder. Ele sempre será ocupado. Essas facções, que na verdade são verdadeiras empresas, estão muitas vezes mais bem equipadas do que o policial que a combate. A polícia tem que tentar sobreviver em um cenário de guerra com equipamentos completamente antiquados, com armas que falham inúmeras vezes e com baixo efetivo. Para aumentar o desespero, o sistema é altamente burocrático e montado para não funcionar. Conforme bem explicita o documentário, o Brasil é um dos únicos países no mundo em que possui duas policias, civil e militar. Em Países desenvolvidos como os EUA, há apenas uma polícia. O mesmo policial que vai para a ocorrência é o policial que redige o inquérito e já envia ao Juiz. No Brasil não: O policial militar vai até a ocorrência, estabelece a ordem, leva as testemunhas e os suspeitos para a policia civil, lá na policia civil é aberto o inquérito, passa-se horas e mais horas colhendo depoimentos, há audiência de custodia na qual boa parte dos criminosos são soltos e saem da delegacia entes mesmo dos próprios policiais, etc, etc, etc. É completamente vergonhoso o processamento dos crimes. Não atoa que apenas 8% dos homicídios são solucionados, e apenas 2% dos roubos que são registrados (os números são subnotificados) são de autoria conhecida. Tudo isso é uma pequena amostra do documentário que traça um cenário assustador.

A mudança começa agora, pela gente. Enquanto pessoas que realmente estejam interessadas em fazer a diferença se omitirem, enquanto não lutarmos pela mudança de leis e dispositivos que promovam a vitimização do criminoso e sua absolvição mesmo sendo culpado, enquanto não valorizarmos e estruturarmos as forças de segurança que combatem a criminalidade, continuaremos a adentrar ainda mais nessa caverna escura rumo ao desconhecido. O momento critico do Brasil urge uma ação urgente na busca de reestabelecer a ordem e a paz em nosso território. Não podemos mais esperar nem um segundo sequer para agirmos. Tudo começa com a política, na qual se pode influir por meio do voto. Por mais que nosso problema seja generalizado e acomete todas as esferas do poder, há esperança, sempre há esperança. Que Deus guarde sua família e a nossa nação.  

Por Leone Oliveira  

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