A DEMOCRACIA MORRE NA ESCURIDÃO

Número de assassinatos cai para mínimo histórico em 2022 no Brasil

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O número de assassinatos no Brasil caiu para 40,8 mil em 2022, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) — foram cerca de 111 mortes violentas por dia no ano passado. Esse é o registro mais baixo da série histórica compilada pelo FBSP desde 2007.

A queda em relação aos homicídios registrados em 2021 foi de 1% — de 41.019 para 40.824, precisamente. A maior queda, de 29%, foi registrada no Amapá. A região Norte puxou a redução nacional, com queda de 3,5%.

Já o Centro-Oeste registrou um aumento de 4,5% no número de mortes violentas. O Mato Grosso foi o grande destaque negativo, com a maior alta de homicídios no ano passado, de 24%. Os números foram revelados em primeira mão pelo portal G1, em parceria com o PBSP.

Minas Gerais e São Paulo, que vinham registrando redução nos casos de mortes violentas, voltaram a ter aumento nos homicídios, de 6,3% e 7,1%, respectivamente. 

As razões para a queda de homicídios no Brasil, que é registrada desde 2018 (em 2017, foi registrado um pico de 59.128 assassinatos), são debatidas pelos especialistas. A criação do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), em 2018, e a consequente integração das instituições de segurança pública do país seria uma das causas da redução da violência.

Mudanças nas regras de repasses de recursos arrecadas pelas Loterias da Caixa Econômica Federal, feitas em 2018, também ajudariam a explicar a melhoria, por garantir mais dinheiro para as forças de segurança.

O governo de Jair Bolsonaro costumava atribuir a queda dos homicídios que ocorreu ao longo de seus quatro anos à maior circulação de armas regularizadas no país — mais de um milhão desde 2019. O argumento é que os bandidos teriam ficado com receio de assaltar, por não saber se a vítima estaria armada.

Especialistas em segurança argumentam que, historicamente, apenas 5% do total de homicídios são decorrentes de assaltos, um número baixo para influir na taxa geral, e que, por outro lado, a maior circulação de armas aumentaria casos de homicídios circunstanciais, como os causados por brigas de trânsito ou da chacina de Sinop, no Mato Grosso.

Outra teoria controversa é a que atribui a redução dos homicídios às dinâmicas do crime organizado. A dominância regional de uma facção sobre outra teria como efeito colateral a diminuição do número de mortes violentas. A redução de 28,5% nos assassinatos do Amapá no ano passado teria a ver com uma pacificação momentânea entre grupos de criminosos.

O Antagonista

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