A DEMOCRACIA MORRE NA ESCURIDÃO

O sistema venceu

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, barrou ontem (7) a mudança de domicilio eleitoral de Sergio Moro, impugnando sua candidatura para o senado no estado no qual tinha 20% das intenções de voto, atrás apenas do José Luiz Datena (PSC-SP). Mais uma derrota do ex-juiz, que já havia deixado o Podemos, da Renata Abreu (Podemos-SP), onde sua candidatura à presidência foi sabotada, e se filiou ao União Brasil, na esperança de ser escolhido pelos seus pares para disputar as eleições pelo Palácio do Planalto, mas também foi apunhalado. Vitória do sistema, derrota do Brasil.

Da extrema esquerda à extrema direita, todos ficaram contentes com mais essa desventura de Moro. Sua opção agora seria disputar uma vaga no Senado pelo seu estado, Paraná. Contudo, o partido teria que estar disposto a ceder espaço. O União Brasil, no Paraná, apoia o presidente Jair Bolsonaro e dificilmente lhe daria legenda para concorrer ao senado. Mesmo se desse, Moro teria que disputar o senado contra um dos seus primeiros aliados, Álvaro Dias (PODEMOS-PR), que até afirmou que receberia o ex-juiz de volta ao PODEMOS. Essa afirmação resultou até numa alfinetada de Rosangela Moro: “Não se enganem. Não basta o candidato querer, o partido tem que dar a legenda. E vocês acham mesmo que AD largaria o osso? Até o irmão dele ele já ferrou… e mais: Deltan Dallagnol tem luz própria e já está eleito!”, escreveu Rosangela. “AD”, seria “Álvaro Dias”.

Outra opção para Moro seria disputar uma cadeira na câmara federal, contudo, teria que concorrer contra outro personagem que ganhou destaque na operação lava-jato: Deltan Dallagnol (PODE-PR). Uma eventual disputa entre eles, minaria os votos que Delta possui.

A situação de Moro não está nada fácil. Na verdade, nada é fácil para quem é honesto e realmente deseja trabalhar em prol de um projeto limpo e firme. Na politica brasileira, só há espaço para pessoas que estejam pré-dispostas a se adaptarem com os mecanismos perversos de troca de favores e atentados contra o erário. Mesmo que um ou outro perdido no meio do tiroteio chegue a se eleger, é isolado e condenado a ficar gritando sozinho até que se renda ao jogo político. Nesse jogo, quem dá as cartas são as grandes raposas que lá se encontram desde às capitanias hereditárias ou pessoas que detém poder e barganham apoio. No Brasil, o povo quem é empregado dos parlamentares, e não vice-versa.

Por Leone Oliveira

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