A Abin, serviço secreto do governo brasileiro, afirmou nesta sexta-feira (11) que não foi acionada para apurar a suposta tentativa de invasão de rede dos computadores da Presidência. A informação é do colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles.
Procurado, o Gabinete de Segurança Institucional, ao qual a Abin está subordinada, informou que o assunto deveria ser tratado com a Secretaria-Geral da Presidência, – sob a qual está o departamento de tecnologia do Palácio do Planalto.
Ontem, funcionários de tecnologia do Planalto enviaram uma mensagem informando que o sistema antivírus da área de informática havia detectado “uma ameaça” e que, por isso, os computadores da sede do Executivo Federal teriam que ser formatados, ou seja, teriam seu conteúdo todo apagado.
Em nota, a Secretaria Geral confirmou a ameaça e negou eventuais danos no sistema. No entanto, não respondeu objetivamente se arquivos foram perdidos ou apagados.
O texto também explica que a ameaça partiu de uma tentativa de phishing, técnica bastante comum para roubar dados confidenciais e que foi aplicada para invadir os computadores do Planalto. O fato, por si só, deveria justificar a abertura de uma investigação séria a respeito.
Em situações como esta, a Abin seria envolvida, já que tem entre suas atribuições cuidar da proteção de dados relacionados à segurança nacional. Se houve crime, a Polícia Federal teria que investigar. A instituição, no entanto, disse à coluna do jornalista que não pode se manifestar sobre “eventuais investigações em andamento”.
A instrução para formatar os equipamentos levantou desconfianças entre os próprios servidores do Palácio do Planalto, especialmente por ter acontecido depois da derrota eleitoral de Jair Bolsonaro (PL).
Ainda segundo a coluna de Rodrigo Rangel, as equipes de informática foram chamadas a chegar mais cedo no dia 3 de novembro, na quinta-feira seguinte à eleição, para atuarem em uma força-tarefa, destinada a “amenizar” a situação.