Por redação
O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, em delação premiação concedida à Policia Federal e homologada pelo ministro aposentado Celso de Mello, do STF, fez revelações importantes sobre o caso Celso Daniel, prefeito de Santo André (SP), sequestrado e morto misteriosamente em 2002, e cujo inquérito nunca se chegou na autoria. Marcos Valério foi condenado a 37 anos de prisão no escândalo do mensalão, no qual ele atuou como operador de pagamentos que eram feitos a parlamentares em troca de apoio ao então presidente Lula. Dez anos depois, fechou uma delação com a PF.
A revista veja teve acesso à detalhes inéditos da delação de Valério no qual é exposto os lações que os petistas tinham com o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores organizações criminosas do Brasil. De acordo com Valério, o empresário do ramo de transportes, Ronan Maria Pinto, chantageava o então Presidente Lula para não revelar detalhes de como funcionava o esquema de arrecadação ilegal de dinheiro para financiar políticos petistas. Valério foi levado a conhecimento dessa suposta chantagem quando em conversa com o então secretário-geral do PT, Silvio Pereira,
Valério afirma que o secretário-geral dizia que Ronan ameaçava revelar que o PT recebia de forma ilegal dinheiro de empresas de ônibus, de operadores de transporte pirata e de bingos e que, quanto aos bingos, o repasse de dinheiro ao PT seria para lavar recursos do PCC.
De acordo com o delator, o então prefeito de Santo André, Celso Daniel, teria produzido um dossiê no qual expunha todo o esquema corrupto do PT. Contudo, Celso Daniel, de acordo com o delator, não tinha noção da profundida do problema e achava que o dinheiro era apenas para bancar a cúpula do partido, como o presidente e outros. Na verdade, o dinheiro ilegal vindo por meio das empresas de ônibus beneficiava também vereadores e deputados, todos de interesse do PCC e que estariam recebendo dinheiro sujo. Posterior a morte de Celso Daniel, “o dossiê sumiu”, diz Valério. também após a sua morte, o partido teria afastado imediatamente os parlamentares que tinham relações com o PCC. “A posteriori, o PT fez um limpa, tirando um monte de gente, vereador, que era ligado ao crime organizado. Vocês podem olhar direitinho que vocês vão ver que o PT fez um limpa, expulsando do partido essas pessoas”, afirmou o delator.