A DEMOCRACIA MORRE NA ESCURIDÃO

A subrepresentatividade feminina nas eleições de 2022

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Por Suely Van Dal

Primeiramente é preciso lembrar que as mulheres representam em 2022 mais de 52% do eleitorado brasileiro apto a votar. Contudo, o que vimos nas casas legislativas e no executivo é uma porcentagem muito pequena de mulheres que foram eleitas.

Do mesmo modo se dá quando olhamos para as candidaturas femininas, que basicamente cumpriu o mínimo da quota de gênero, ou seja, 33,3% dos candidatos que requereram registro. O mínimo é de 30% para cada gênero.

Embora nestas eleições mais mulheres foram eleitas para a Câmara Federal, no Senado Federal teremos menos senadoras para nos representar.

Em 2022 foram eleitas 91 deputadas federais, de um total de 513 naquela casa e 10 senadoras em total de 81, ou seja, 17,7% de mulheres na Câmara e 12,3% de mulheres no Senado.

Em Rondônia, que possui 24 cadeiras na Assembleia Legislativa, foram eleitas em 2022 somente 5 mulheres.

Muitas pessoas tendem a não entender a importância da representatividade. Contudo, é preciso que olhamos de forma mais aprofundada e entendamos o quanto é importante que haja mais mulheres nos espaços de poder.  Por que temos tão poucas mulheres nos representando se elas são maioria?

Para além disso, a representatividade é importante não só para a classe que ela representa, mas para que tenhamos uma política com mais diversidade, com um olhar diferente no momento da elaboração e votação das leis, de decidir políticas públicas para o país, de dialogar com todos.

Ainda, a subrepresentatividade não é só dentro da política, é refletida também nos demais espaços de poder. As mulheres, mesmo que mais preparadas, ocupam menos posições de poder e recebem salários menores que os homens, tudo reflexo da falta de representatividade das mulheres na política.

Os desafios são muitos e não só a nível nacional. Em todo o mundo as mulheres ocupam cargos inferiores aos homens, sem que esta decisão considere sua formação ou capacitação, vez que são automaticamente excluídas desses cargos por um único fator determinante: o gênero.

As conquistas pelo direito à igualdade entre homens e mulheres se deram após muita luta e a duras penas.

Cada conquista veio tardia e ainda há muito o que buscar para que se concretize a tão sonhada igualdade entre gêneros, de forma plena, dentro da política e em todos os espaços de poder.

Que mais mulheres ocupem cargos políticos, tanto no legislativo como no executivo e que possamos ter mais representatividade.

  • Suely Leite Viana Van Dal, advogada, especialista em direito político e eleitoral.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Fronteira 364

Indicado por: Suely Van dal

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Priscila Abreu
Priscila Abreu
2 anos atrás

Excelente texto minha cara!
Por mais mulheres na política, pois somos a maioria na sociedade. Por mais sororidade entre nós.

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