Afastado do cargo por ser acusado de ser chefe de um quadrilha que teria desviado 17 milhões de reais somente em lâmpadas, Isaú Fonseca causava terror nos funcionários do município, pelo seu jeito agressivo. De acordo com funcionários, era comum episódios de gritaria e agressão verbal por parte do político.
Em 21 de novembro de 2022, o Fronteira 364 teve acesso com exclusividade a áudios de uma funcionária do município que relata os momentos de terror que os funcionários de dentro da SEMUSA (Secretaria Municipal da Saúde) passaram com o prefeito Isaú Fonseca numa segunda-feira (14).
“Eu nunca passei pela situação que eu passei segunda-feira, não”
O primeiro áudio relata que os servidores da SEMUSA foram agredidos verbalmente com os mais variados tipos de xingamentos. A servidora que faz a denuncia no áudio, disse que nunca passou por uma situação semelhante e que é vergonhoso para um prefeito, uma pessoa eleita pelo povo, ter tal postura.
“Deus me livre, eu nunca passei pela situação que passei segunda-feira, não. Xingando a gente de burro, imbecil, incompetente, de buceta, de buçanha, de porra, de caralho, esmurrando mesa. Se tá é louco. Não é normal, não. Coisa ridícula para um prefeito, um gestor, um homem público, fazer o escândalo que ele fez lá”, diz a servidora.
No mesmo áudio, a funcionária diz que o motivo que levou o prefeito a ficar enfurecido foi “um negócio dos processo dos médicos lá (salário) que estão falando que está atrasado”. Conforme o relato, os médicos estavam reclamando de atrasos em seus salários, e a melhor forma que o prefeito encontrou para resolver foi indo até a SEMUSA e ter agredido a todos.
“Para mim uma bosta de cachorro tem mais valor que aquele homem”
“Um negócio dos processo dos médicos lá {salário} que estão falando que está atrasado. Ai foi eu e a ******* ficar na mesma sala, mas a gente só usa a mesma sala por que o espaço é grande. Ele chegou achando que a gente também fazia parte do mesmo pacote, xingando a gente de tudo quanto é nome: ‘Seus bando de burros, imbecis, incompetentes,’. Xingava, gritava, esmurrava a mesa. Para mim uma bosta de cachorro tem mais valor que aquele homem”, completou.
A servidora que gravou o áudio continua falando que a Secretária da Saúde, Wanessa Oliveira e Silva, tentou explicar para o prefeito que “aquilo que tinham dito para ele [sobre o atraso no salário dos médios] era mentira. Foram falar para ele [prefeito] que tinha médico a mais de quatro meses sem receber, sendo que é mentira, o negócio estava atrasado acho que 12 dias, por que não tinha orçamento para pagar. Ele não deixava nem a menina explicar. E ele [prefeito] acabou com a Wanessa, acabou, acabou, acabou. Humilhou ela”.
“Nem bandido é tratado desse jeito”
“Aquilo não é normal, não. Não é forma de tratar ninguém, não. Nem bandido é tratado desse jeito, xingando a gente de burro, de imbecil, de bando de incompetente, se tivesse mais uma reclamaçãozinha de médico todo mundo estava exonerado. Burro é ele que nem sabe que a gente é efetivo, funcionário de carreira. Não tem educação, homem seboso, asqueroso. Não, filha, eu vim embora passando mal segunda-feira, me deu ânsia de vômito. Deus me livre”.
Todo o relato aqui exposto foi feito por uma funcionária de dentro da SEMUSA. Pedimos, novamente, desculpas a todos pelos palavrões aqui expostos. Esse era o prefeito de Ji-Paraná.