Alexandre Gomes Machado, servidor exonerado do Tribunal Superior Eleitoral, mudou a versão sobre os alertas que teria feito à Corte, referentes a problemas na fiscalização das inserções da propaganda eleitoral.
As inserções são peças publicitárias dos candidatos que duram 30 segundos e entram ao longo da programação de emissoras de rádio e televisão.
Ao prestar depoimento à Polícia Federal, Machado disse ter alertado sobre falhas de fiscalização no “acompanhamento da veiculação das inserções”, e não no controle das peças suspensas.
No entanto, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ex-servidor do TSE disse ter relatado, após as eleições de 2018, sobre queixas de descumprimento de ordens para suspensão de inserções na TV.
“Eu alertei que o TSE deveria criar alguma maneira para saber se as decisões de suspensão das inserções seriam cumpridas considerando o poder de polícia da Justiça Eleitoral”, afirmou ao jornal.
À PF, Machado disse que falava “reiteradamente” ao Tribunal Superior Eleitoral sobre um problema de fiscalização. Esse, disse às autoridades, poderia ter sido o motivo do desligamento dele do órgão. Ao Estadão, ele falou que tocou no assunto durante uma reunião após as eleições de 2018.
A exoneração de Alexandre Gomes Machado foi uma decisão tomada pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes. O ex-servidor alega que a decisão teve “motivação política” e que há “indicações de reiteradas práticas de assédio moral”. No Tribunal Superior Eleitoral, será instalado um processo administrativo para apurar a conduta do funcionário desligado.